segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Tiger Woods - Os riscos do patrocínio.



A AT&T divulgou no último dia 31 de dezembro, a rescisão de seu contrato com o golfista Tiger Woods.
Assim a empresa se junta à Accenture e à Procter & Gamble (Gillette), que também puseram fim a seus contratos, além da Gatorade, que suspendeu a bebida Tiger Focus.
As decisões, provavelmente, foram tomadas após muitas reuniões e estudos, não cabendo aqui nenhum comentário a respeito da eficácia das medidas, porém, o ocorrido serve para algumas reflexões acerca dos cuidados a serem tomados antes de se definir por um patrocínio esportivo.

- Até que ponto, a vida particular de um atleta deve ser estudada e avaliada antes da decisão de patrociná-lo?
Em minha opinião, é vital que, além de um contrato bem amarrado que permita rescisões e até indenizações em caso de condutas inadequadas, a vida do atleta seja mapeada para que as surpresas sejam minimizadas.
Vale acrescentar, que o que se entende por conduta inadequada deve estar bem detalhado no contrato, até porque, dependendo do segmento de atuação do patrocinador, eventuais “escândalos” podem ser positivos, dependerão do ponto de vista e do posicionamento que a empresa queira adotar.

- Vale para uma empresa amarrar todos os seus valores a uma pessoa?
Não tenho dúvida que tal decisão envolve um risco desnecessário, que não se vale correr.
O ser humano está sujeito a falhas, e por mais que um atleta possa parecer “diferente” dos simples mortais, ele é um ser humano, isso nunca pode ser esquecido.
A Accenture ao elaborar uma campanha publicitária, onde todos os seus valores estavam relacionados à figura de Tiger Woods, incorreu num grave erro.
O slogan da campanha era “Go On (vá em frente), be a Tiger”, obviamente a frase era relacionada às proezas do golfe, porém em função do deslize de Woods, tornou-se impossível não relacioná-la às manchetes sobre sua vida pessoal.
Talvez por isso, a Accenture agiu tão rápido e foi a primeira a rescindir seu contrato.
Existem alguns outros pontos a serem avaliados antes da decisão do patrocínio, principalmente o potencial de retorno do investimento, porém em função do recente episódio, me detive aos pontos relatados acima, deixando para uma outra ocasião um artigo envolvendo outras análises.


3 comentários:

  1. Uma grande estrela esportiva deve ser atleta dentro e fora de campo, as empresas que rescindiram o contrato com o Tiger o viam como exemplo de vencedor no esporte associado a modelo de marido e pai ideal, que a realidade mostra ser bem diferente. O jogador voltará a desfrutar de muita popularidade e muitos anunciantes vão ver nele um exemplo para vender seus produtos mas, fora do meio esportivo, acho difícil ele se reerguer.

    Sds
    Armando Pedreira de Freitas

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  2. O esportista é tambem um ser humano, passível de falhas. O que importa é a sua vontade de corrigir e dar a volta por cima.

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  3. Concordo com seu post,Idel. Casos como o de Ronaldo, quando foi flagrado com 3(TRÊS) travestis de uma só vez. O caso repercutiu em todo o mundo, talvez até com maior 'afinco' dos jornalistas (possivelmente devido ao fato do futebol ser mais popular do que o golfe, tal qual Ronaldo, frente ao Tiger). Porém, apenas alguns dos contratos que o Ronaldo detinha foram cancelados. Ele se mantém como 'garoto' propaganda da Ambev e também manteve o contrato vitalício com a Nike. Outros patrocinadores, não tão fortes como esses (talvez esse tenha sido o 'medo' em questão) romperam seus contratos. Talvez o ideal seja patrocinar jogadores como Kaka, que mantém uma imagem perfeita, em detrimento aos Ronaldos, Terrys, Tigers ou Robinhos...

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