terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ídolo eterno

Dessa vez, o objetivo principal do artigo será homenagear o grande tricolor Ricardo Gomes, porém, se fosse escrever um texto enaltecendo suas qualidades como atleta, treinador e cidadão, seria apenas mais um dentre todos que certamente admiram esse grande esportista. 
Sendo assim, tentarei aproveitar esse craque para abordar sob o ponto de vista de marketing, a importância que um ídolo pode ter no endosso de marcas e produtos, além, é claro, de valorizar a modalidade que pratica. 

Na verdade, sempre fui muito reticente à utilização de pessoas para representarem marcas e produtos, isso porque todos estão sujeitos a cometerem falhas. 
Entretanto, acho perfeitamente factível usar o testemunhal desses ídolos, desde que os mesmos não passem a ser a “cara” da empresa, da marca, da modalidade ou do time, pois nesse caso os riscos passam a ser bastante altos. 

Já no caso de modalidades esportivas não há como negar a importância da existência de ídolos para o crescimento do esporte, contudo, há que se ter muita atenção para que esses “heróis” cumpram seus deveres de forma correta, pois acima de tudo, passam a ser exemplos para os mais novos. 

Em relação ao futebol, a situação é um pouco mais complicada.
Ter um ídolo na equipe já foi motivo de orgulho para o torcedor e, algumas vezes, fator de influência para a escolha do time. 
Infelizmente, os elevados salários, conquistados com mérito mas sem o devido preparo para usufruí-los de forma comedida e responsável, deixam alguns jogadores expostos a escândalos e constantes trocas de clubes. 
É muito frustrante para um torcedor ver aquele jogador que tantas alegrias e emoções lhe despertaram, vestir a camisa de um rival e, para conquistar fãs do novo time, fazer juras de amor, além de atos hipócritas tal como beijar o escudo para a imprensa registrar. 
Em função dessas razões, hoje sou um pouco cético quanto à importância de um ídolo nos times de futebol. 
Poderia até usar argumentos saudosistas como “antigamente o jogador atuava apenas numa equipe”, que o mercado não era tão dinâmico e o verdadeiro amor à camisa existia.
Mas mesmo ciente disso, acho que o assunto passa primordialmente pela índole e pelos princípios do profissional. 
Agora sim, posso voltar a escrever sobre o Ricardo Gomes. 
Como jogador atuou em apenas um clube no Brasil, o Fluminense, e para demonstrar seu amor ao clube nunca precisou beijar o escudo ou fazer qualquer tipo de média com a torcida. 
Simplesmente atuou com vontade e comprometimento, características imprescindíveis a qualquer profissional, independentemente do ramo de atividade, só que no seu clube de coração conseguia passar naturalmente para a torcida sua condição de ser humano diferenciado e que ama a instituição. 
Foi técnico do próprio Fluminense e depois dirigiu um de seus principais rivais, sem jamais ter despertado nos torcedores tricolores qualquer tipo de mágoa ou sentimentos negativos, no máximo, uma “pequena” inveja por não tê-lo ao lado. 
Como técnico de outras equipes enfrentou várias vezes o Fluminense, sendo que em nenhum momento fez questão de mostrar amor a essas outras equipes, pois além desse não existir, lhe basta a ética, os princípios e a capacidade técnica para  exercer honestamente e bem sua profissão. 
Mesmo assim, jamais deixou de vibrar nos triunfos diante do Fluminense, afinal de contas é um profissional e deve lealdade ao seu empregador. Por que então não vibrar? 
Em todos os clubes que dirige é notória sua boa criação, educação e, ao contrário de alguns “colegas (?)”, nunca falou mal de nenhum empregador ou instituição, mesmo que algumas vezes tenha sido injustiçado. 
É...nesse caso sou obrigado a rever meus conceitos e admitir que no caso de  um ídolo como o Ricardo Gomes, associar sua imagem a marcas sérias e confiáveis pode ser uma ótima iniciativa de marketing. 

Força, Guerreiro! 


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