terça-feira, 25 de junho de 2013

Copa das Manifestações



Escrever algum artigo sobre marketing e esporte numa semana repleta de manifestações é algo bastante complicado.

Por sorte, ou falta dela, trata-se do período em que ocorre a Copa das Confederações, a qual acabou um pouco ofuscada pelos movimentos que tomaram conta do país.

O fato em si não é bom para o esporte, pelo menos em curto prazo, além do que, prejudicou eventuais iniciativas que foram planejadas pelos patrocinadores. Podemos até dizer que, involuntariamente, a mobilização praticou uma espécie de marketing de emboscada.

Nesse ponto, resta torcer para que as empresas, que têm planos de investir no esporte como ferramenta de marketing, não fiquem inseguras e mudem de ideia.

Mesmo acreditando que os protestos eram imprescindíveis e demoraram a acontecer, tenho péssimas lembranças das situações em que aspectos políticos se misturaram com o esporte, afinal, se os valores destes, em sua essência, fossem adotados pelos governantes, os motivos para manifestações seriam bem reduzidos.
Porém, não há como ficar cego quanto ao fato de que, os agora questionados e protestados se aproveitaram do esporte de forma covarde e oportunista.
Muito provavelmente aprenderão a lição e no futuro pensarão mil vezes antes de desrespeitar a população.

Entretanto, é hora também do movimento agir com pensamento no futuro e não se deixar trair pela impulsividade e pela revolta que vinha sendo represada a cada notícia relativa à impunidade de governantes desonestos, safados e aproveitadores.
É chegada a hora de a manifestação ter uma cara, sem máscaras, mas com organização e coerência. São vários os pleitos, e não podia ser diferente depois de tantos anos de “paciência”, mas, certamente, muitos deles divergentes tanto em termos de ideologia como de prazo.
Se não se estabelecer prioridades estaremos fazendo o jogo dos “inimigos” que, se mostrarão dispostos ao diálogo mas, alegarão não terem interlocutores.
A defesa da democracia deve ser ativa e, sobretudo, coerente. Temos que ter o direito de nos reunir, protestar, mas não podemos cercear o direito de ir e vir de quem precisa usar as vias urbanas, por exemplo.
Mesmo os que querem fazer manifestações partidárias devem ser respeitados, deixemos para mostrar nossa reação e indignação nas urnas, se assim julgarmos.

Por fim, não custa acrescentar que a intenção do texto é meramente externar uma opinião sobre o tema em voga, todavia há a total consciência que, assim como qualquer gestão de marketing, não existe nenhuma verdade absoluta e incontestável.
Ou melhor, talvez exista: a de que seria ótimo se todos os manifestantes aproveitassem a beleza e grandiosidade do ato para se motivarem a ler, se embasarem e se aculturarem cada vez mais acerca da história e do pensamento econômico.



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