terça-feira, 2 de setembro de 2014

Mais do que um balde gelo, uma causa

Creio que todos que estiverem lendo esse artigo já tomaram conhecimento sobre o Desafio do Balde de Gelo - Ice Bucket Challenge – idealizado pela ALS (Amyotrophic Lateral Sclerosis) Association para arrecadação de fundos e conscientização sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica ou Doença de Lou Gehrig.

Apesar da doença atingir pessoas como o físico Stephen Hawking, os cientistas creditam que uma das causas é o alto esforço despendido em treinos e competições.
Corrobora para essa tese, o fato de muitos atletas, tais como os jogadores de futebol Stefano Borgonovo, Krzysztof Nowak e o ex-craque do Fluminense, Washington terem sofrido desse mal, além do próprio Lou Gehrig, que dá nome à doença e foi um jogador de beisebol dos EUA da década de 30, conhecido como “cavalo de ferro” tamanha a força com que batia na bola.

Mas voltando à campanha, cumpre relatar que algumas pessoas atacaram a ação alertando que não basta se molhar se não houver a efetiva doação de recursos, outros acharam que uma doença tão séria não deveria estar associada à diversão, fora as alegações “politicamente corretas” que levantaram a bandeira do desperdício de água.
De fato, é impossível se conseguir unamidade, por melhor que seja a intenção, quando se trata de campanhas, sejam elas de produtos, marcas, empresas, causas, etc.
As críticas sempre existirão e devem ser respeitadas, isto é, se feitas com respeito e bem intencionadas.

Particularmente, achei a campanha bastante inteligente pois conseguiu mobilizar pessoas de todas as esferas, como atletas, artistas, empresários, o que gera uma considerável mídia espontânea sobre o tema. 
Tentem fazer o exercício de calcular o valor da contratação de atletas como Messi, Neymar ou de jogadores de basquete LeBron James e Kevin Durant para estrelarem alguma campanha, isso sem falar de Bill Gates e Steven Spielberg.
Outro ponto digno de destaque na iniciativa é a simplicidade do ato, visto que basta um balde, água, gelo e um aparelho celular para registrar o ato.
Aliado à simplicidade está o fator “democratização”, já que qualquer pessoa, independentemente de ser famosa pode participar e mobilizar amigos para a “brincadeira”.
Penso ainda que, mesmo que a captação de recursos não seja tão alta - felizmente está sendo -, a maior conscientização sobre a doença já colocaria a campanha como extremamente positiva, visto que conseguiu através da popularização da causa criar os alicerces para futuras e contínuas iniciativas.
É necessário se ter em mente que a captação de recursos pura e simples serve apenas como medida paliativa, e que tão ou mais importante é ter uma grande gama de pessoas conscientizadas e mobilizadas para ajudar no combate ao mal.

Em resumo, creio que em termos de marketing a busca pelos quatro ingredientes citados: endosso espontâneo de personalidades, simplicidade, democratização e defesa de uma causa, devem ser foco na elaboração e criação de campanhas em redes sociais.

Por fim, ficam os votos de que os fãs do esporte e dos ídolos atingidos por essa doença se engajem cada vez mais em iniciativas de conscientização a causas desse tipo, tenho certeza que se trata de uma belíssima e, sobretudo, útil homenagem.



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