terça-feira, 31 de março de 2015

Transformando dados em conhecimento


Nas últimas semanas surgiu uma interessante discussão na NBA, a qual teve de um lado o gerente geral Houston Rockets, Daryl Morey e do outro o ex-jogador Charles Barkley.
Morey defende a suma importância dos dados estatísticos, enquanto Barkley não acha que esses dados sejam tão fundamentais assim, alegando que existem variáveis, tais como a qualidade do adversário e o nível de desgaste dos atletas, que podem comprometer o resultado da análise.

Apesar de concordar com a ponderação de Barkley, pois, de fato, existem variáveis que podem contaminar os dados, penso que é inconcebível tomar decisões sem  o devido embasamento estatístico.
Por outro lado, ter os números sem uma análise detalhada, que contemple cruzamentos e geração de novos dados, é desperdício de energia.

Fazendo um paralelo com a vida corporativa é possível encontrar três tipos de executivos no que tange à relação com pesquisas, relatórios gerenciais e estatísticos:

(i) Os que nem olham para o material.

(ii) Os que usam o material para se protegerem, ou seja, aproveitam alguns dados para eventuais apresentações e/ou os decora para poderem responder perguntas dos seus superiores.
(iii) Os que pegam o material e o analisam sob os mais diversos ângulos, transformando dados em informações e esses em conhecimento. São capazes também de negociar o aprimoramento dos dados junto ao gerador dos relatórios.

Evidentemente, o terceiro tipo é muito mais útil para a empresa do que os demais.
Diante dessas três características, podemos até dar um crédito ao ex-jogador, pois se os números forem “analisados” por leigos ou preguiçosos, de fato eles pouco acrescentam, e o pior, podem induzir a erros.
Vale aqui lembrar aquela máxima do sujeito que não sabia nadar e foi até a um lago que tinha uma placa avisando que a profundidade média era de 1 metro. 
Por não ser uma pessoa afeita a análises, se jogou no lago, porém naquele lugar a profundidade era bem maior do que a média.
Isso é o que ocorre com gestores que não tenham uma veia analítica diante de relatórios estatísticos.

Essa, inclusive, costuma ser uma das minhas cruzadas em relação à formação do profissional de marketing no Brasil, pois os jovens que resolvem trabalhar na área vão achando que basta ter ideias ou ser criativo para atuarem no marketing.
Não, definitivamente não basta, é necessário gostar de números, questioná-los, tratá-los e, se puder ter um conhecimento econométrico, ou simplesmente, estatístico, melhor ainda.
Dessas análises poderão sair diagnósticos sobre o mercado - o que inclui a própria empresa, os concorrentes e o mercado de forma geral - que ajudarão a planejar, tomar decisões e municiar todas as partes envolvidas nos processos relacionados ao marketing.

Voltando para a discussão citada no 1º parágrafo, concluo que ambos podem estar certos, tudo dependerá do grau de capacitação do responsável pelo manuseio dos números.




Um comentário:

  1. http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/na-nba-analise-de-dados-orienta-ate-jogadas-na-quadra

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