terça-feira, 3 de maio de 2016

Quando lançar?

É indiscutível o avanço que o esporte vem obtendo no mundo sob a ótica de gestão, é fato também que, infelizmente, no Brasil esse mercado ainda carece de maturidade.
Não credito esse cenário ao tamanho do nosso mercado, mas à frágil estrutura do nosso esporte que não consegue atrair muitos profissionais capacitados para posições e recursos para o setor.
Exemplifica bem essa fragilidade, o lançamento de produtos como uniformes de times de futebol, onde a escolha da data não recebe a devida atenção, ao contrário do que costuma ocorrer na indústria de bens de consumo. 
No varejo, então, essa variável é de fundamental importância, tanto que muitas das tradicionais celebrações acabaram sendo moldadas para atender objetivos comerciais.
O Natal, por exemplo, chega a gerar para o setor um faturamento quase três vezes maior do que o de um mês sem data comemorativa.
Mas voltando às camisas/uniformes dos times, constata-se que as datas "comerciais" são pouco ou nada aproveitadas, ficando os lançamentos restritos ao início da temporada – nos casos das camisas home e away – enquanto que a 3ª camisa costuma ocorrer no meio do campeonato nacional.
No Brasil, alguns clubes consideram o campeonato regional como o início da temporada, ao passo que outros fazem do campeonato nacional o marco para a apresentação dos novos uniformes, isso quando não acontece sem nenhuma lógica.
Na verdade, essa divergência de conceitos – quando existem – pouca diferença faz para o que pretendo explorar.
O que defendo nesse artigo, é que a escolha da data de lançamento contemple uma visão geral do mercado e não apenas do próprio segmento.
Não resta dúvida que se trata de um enorme apelo de vendas ter uma nova camisa no início da temporada, mas será que não poderiam “testar” outras datas. Os times da NBA, por exemplo, lançam sempre uma camisa no Natal.
Por que não fazer um experimento que propicie um intervalo maior entre os modelos que serão lançados? Não podemos ignorar que grande parte da população brasileira não possui capacidade para consumir dois produtos de quase R$ 300 ao mesmo tempo, e que as ações de lançamento influenciam fortemente as vendas.
Claro, que também deve ser considerado o lado do varejista – esquecido por muitos – que pode não priorizar as vendas de camisas nas datas "comerciais" por acharem que outros produtos propiciam giro e lucratividade maiores. Mas quem pode garantir que uma "nova camisa" não possa ser um excelente presente para se dar no Natal e demais datas que ensejem a troca de presentes?
Aproveitando a proximidade do dia das mãe - feilcitações a todas -, listo abaixo algumas particularidades sobre as principais datas comerciais.
  • Dia das Mães, não teve uma origem comercial – inicialmente era celebrado na Grécia Antiga para homenagear Reia, a mãe de Zeus e depois passou a ser comemorado nos EUA, no início do século XX, para homenagear as mães que perderam seus filhos na Guerra Civil americana. Em 1914 virou feriado nacional naquele país, o que foi copiado no Brasil em 1918.
  • Dia dos Pais - comemorado no segundo domingo de agosto no Brasil e no terceiro domingo de junho em outros lugares do mundo - surgiu nos EUA em 1910, como uma homenagem a um pai que criou sozinho seis filhos. No Brasil, a data foi instituída por um publicitário em 1953.
  • Dia dos Namorados, no Brasil ocorre em 12 de junho e nos demais países em 14 de fevereiro sob o nome de São Valentino, que teria sido um padre romano que era contra o celibato.
  • Dia das Crianças, comemorado no Brasil em 12 de outubro surgiu através de uma lei em 1924. A partir dos anos 60 passou a ter um cunho bastante comercial em função de uma promoção da fábrica de brinquedo Estrela. Em outros países se comemoram o dia em 20 de novembro.
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